Código
RC263
Área Técnica
Uveites / AIDS
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital de Olhos Sadalla Amin Ghanem
Autores
- FERNANDO PEREIRA CARUSO (Interesse Comercial: NÃO)
- JORGE MATHEUS RODRIGUES MOREIRA (Interesse Comercial: NÃO)
- PABLO CRISTIAN MOCELLIN (Interesse Comercial: NÃO)
Título
ENDOFTALMITE FUNGICA POR C. ALBICANS SECUNDARIA A PROCEDIMENTO UROLOGICO
Objetivo
O objetivo deste relato é descrever um paciente com Endoftalmite Fúngica Endógena (EFE) como complicação de procedimento urológico.
Relato do Caso
Paciente masculino, 54 anos, branco, compareceu ao serviço de urgência oftalmológica referindo vermelhidão ocular, fotofobia e dor súbita no olho esquerdo (OE) há 3 dias. Relatava internação hospitalar por 30 dias com alta há 30 dias, por infecção secundária a ureterolitotripsia, no momento encontrava-se em bom estado geral e sem queixas extraoculares. Ao exame oftalmológico apresentava visão de 20/20 em olho direito e 20/30 em OE. A fundoscopia OE revelou foco de retinocoroidite exsudativa na retina nasal superior, com lesão satélite cicatricial pigmentada adjacente. Devido às características sugestivas de retinocoroidite por toxoplasmose, foi iniciado tratamento VO com sulfadiazina, pirimetamina e ácido folínico associados à prednisona em desmame. Paciente apresentou boa evolução inicial, no entanto, na 5ª semana de tratamento, observou-se piora da acuidade visual (OE: 20/40) com aumento da exsudação coriorretiniana e da inflamação vítrea à fundoscopia, formando condensações vítreas em padrão de “colar de pérolas”. Devido às mudanças das características da inflamação intraocular, foi aventado diagnóstico de endoftalmite fúngica e, após avaliação com infectologista, foi optado por iniciar fluconazol EV e realizar vitrectomia via pars plana associada à injeção intravítrea de voriconazol, com coleta de vítreo para análise laboratorial. A cultura do vítreo detectou C. albicans, sendo mantido tratamento com fluconazol EV seguido por VO por 20 dias. Apresentou evolução clínica satisfatória, mantendo-se sem sinais de reativação da inflamação e com acuidade visual de 20/20 durante o período de seguimento de 6 meses.
Conclusão
As lesões encontradas inicialmente foram sugestivas de toxoplasmose ocular; no entanto, o agravamento da lesão mesmo com terapia adequada e a mudança das características da inflamação, corroboraram para o diagnóstico de infecção fúngica, posteriormente confirmada pela cultura vítrea.
ANVISA: 25352012367201880