Título

USO DE INSULINA NPH TOPICA NO TRATAMENTO DE CERATOPATIA NEUROTROFICA REFRATARIA

Objetivo

Relatar a eficácia da insulina NPH tópica no tratamento de um paciente com ceratopatia neurotrófica refratária aos tratamentos convencionais.

Relato do Caso

Paciente de 23 anos, sexo masculino, iniciou acompanhamento na clínica oftalmológica do Complexo Hospitalar Padre Bento de Guarulhos devido à úlcera de córnea no olho esquerdo (OE) após trauma cranioencefálico. Posteriormente ao tratamento e fechamento completo da úlcera, evoluiu com ceratite neurotrófica de difícil controle. Por mais de 01 ano fez uso contínuo de diversos colírios e gel lubrificantes, com controle parcial dos sintomas e períodos de exacerbação, sem remissão completa das lesões durante todo o período de tratamento. Em 27/01/2018 houve piora da hiperemia ocular, apesar do uso correto de Hylogel a cada 1 hora e Epitegel à noite. Ao exame oftalmológico apresentava redução da sensibilidade corneal no OE e ceratite puntata difusa, sendo indicado tratamento com colírio de insulina NPH 0,5UI a cada 6 horas, devido ao difícil controle das alterações corneais. Após 01 semana em uso do colírio, apresentava discreta ceratite inferior no OE, a qual obteve remissão completa após mais uma semana de tratamento. Após 45 dias, optou-se por redução da dose para 2 vezes ao dia, permanecendo em tratamento até o momento, assintomático e sem novas alterações corneais.

Conclusão

A sensibilidade corneal pode ser alterada por condições oculares locais ou neurológicas. Dentre as causas estão os vírus herpes simplex e zoster, tumores e procedimentos cirúrgicos que lesionam o nervo trigêmeo, traumas, síndromes congênitas e medicações tópicas. ¹⁻⁴A ceratopatia neurotrófica pode apresentar-se resistente a tratamentos tópicos com colírios lubrificantes sem conservantes, suspensão de medicações tópicas irritativas e cirurgias. ⁵ O presente caso demonstrou rápida melhora do epitélio corneal com o uso da insulina tópica na ceratopatia neurotrófica resistente aos tratamentos convencionais. Desta forma, vale ressaltar a sua eficácia e a perspectiva positiva do seu uso no tratamento de doenças da superfície ocular.