Código
RC149
Área Técnica
Oncologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Banco de Olhos de Sorocaba
Autores
- GABRIELA CHAVES HOEHR (Interesse Comercial: NÃO)
- Juliana Antol C. Mathias Asperti (Interesse Comercial: NÃO)
- Ricardo Tomoyoshi Kanecadan (Interesse Comercial: NÃO)
Título
CARCINOMA DE GLANDULAS SEBACEAS - AVALIAÇAO CLINICA E HISTOPATOLOGICA
Objetivo
Atentar ao diagnóstico e abordagem precoce de tumores palpebrais e instigar a necessidade de investigação histopatológicas de todas as lesões suspeitas.
Relato do Caso
Paciente 81 anos, masculino, caucasiano e trabalhador rural, é encaminhado ao serviço de Plástica Ocular do Hospital de Olhos de Sorocaba com histórico de crescimento progressivo de lesão em pálpebra inferior de olho esquerdo há 2 anos. Na avaliação observou-se lesão sólida, arredondada, medindo 4,5 x 3,0 x 3,5 cm, bem delimitada, com ulceração central e dolorosa à palpação (IMAGEM 1). Englobava a totalidade da pálpebra inferior provocando a perda estrutural desta, porém, sem repercussões corneanas ou linfonodos palpáveis. O exame de Ressonância Magnética apresentou lesão nodular, bem delimitada, com hipo intensidade em T1 e T2, sem infiltração de tecidos moles e/ou ósseos. A biópsia incisional revelou neoplasia epitelial maligna constituía por proliferação de células poligonais anaplásicas com diferenciação sebácea - Carcinoma de Glândulas Sebáceas (CGS)(IMAGEM 2). Optou-se por retirada total da lesão com fechamento por segunda intenção e encaminhamento ao Oncologista para estadiamento, tratamento e prognóstico em conjunto. O novo anatomopatológico da peça confirmou o diagnóstico da lesão e evidenciou margens livres.
Conclusão
O CGS é um tumor maligno raro que acomete frequentemente a região periorbitária e pode gerar metástases em linfonodos regionais e órgãos distantes. Ele é originado das glândulas sebáceas da pálpebra, mais comumente a de Meibomius, prevalente em caucasianos, sexo feminino e maiores de 70 anos. O CGS pode ser confundido com outras lesões, tanto de caráter benigno ou maligno, resultando em diagnóstico tardio e alta taxas de morbidade e mortalidade. Sua forma difusa com espessamento palpebral (50% dos casos) geralmente é acompanhado de sinais inflamatórios podendo simular blefaroconjuntivite. O diagnóstico baseia-se em biópsia de toda e qualquer lesão palpebral e posterior exérese da lesão com margem, associada a crioterapia, mitomicina C, ou mesmo a exenteração.
ANVISA: 25352012367201880