Código
RC009
Área Técnica
Cirurgia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Associação Beneficente Santa Casa de Campo Grande
Autores
- ROBERTO BRASSALOTI FILHO (Interesse Comercial: NÃO)
- Polliana Alvarenga Rodrigues (Interesse Comercial: NÃO)
- Vinicius Nonato de Oliveira (Interesse Comercial: NÃO)
Título
COMPLICAÇAO POS-OPERATORIA DA TECNICA DE FIXAÇAO HAPTICA INTRAESCLERAL: UM RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar uma complicação pós-operatória de fixação escleral de lente intra ocular por meio da técnica de fixação háptica transescleral.
Relato do Caso
Paciente L.B, sexo feminino, procedente de Campo Grande/MS, foi atendida no pronto socorro da Santa Casa com queixa de sensação de areia nos olhos, acompanhado de prurido e lacrimejamento em olho direito (OD) há 2 meses. Refere cirurgia de catarata em mutirão de saúde há 60 dias, sendo necessário 2 procedimentos cirúrgicos em OD. Negava trauma. Referia hipertensão arterial em uso de losartana. Negava outras comorbidades. Ao exame apresentava acuidade visual de 20/40 em OD e 20/25 em olho esquerdo(OE). À biomicroscopia apresentava córnea transparente, câmara anterior formada e sem reação, lente intra-ocular (LIO) centralizada, hiperemia conjuntival 1/4 + localizada em região nasal e temporal, e presença de corpo estranho enegrecido localizados as 3 e 9 horas em OD, sem alterações em OE. A pressão intra-ocular era 13 mmhg em ambos os olhos (AO), e a fundoscopia apresentava ausência de anormalidades AO. Após uso de anestésico tópico em OD foi relizada a exploração de ambos os corpos estranhos e constatado que se tratavam de cauterização realizada na ponta dos hápticos da LIO que estavam externalizados, causando sintomas na paciente. Foi realizado um patch escleral em ambas as localizações utilizando esclera doadora do banco de olhos da Santa Casa. A paciente evoluiu com boa cicatrização e melhora total dos sintomas.
Conclusão
A fixação escleral de lente intra-ocular é uma importante técnica que beneficia pacientes afácicos sem suporte capsular. Atualmente várias técnicas foram desenvolvidas, dentre elas a fixação háptica transescleral, afim de evitar suturas e facilitar o manejo do cirurgião no ato cirúrgico. Porém alguns cuidados devem ser tomados, dentre eles a confecção do sulco escleral, evitando não só endoftalmite por exposição do háptico ou do fio, como também o desconforto do paciente no pós operatório, garantindo assim resultados satisfatórios.
ANVISA: 25352012367201880