Sessão de Relato de Caso


Código

RC051

Área Técnica

Estrabismo

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Hospital das Clínicas - Faculdade de Medicina de Ribeirao Preto - USP

Autores

  • ROSALIA MARIA SIMOES ANTUNES FOSCHINI (Interesse Comercial: NÃO)
  • Celso Celso Ribeiro Angelo de Menezes Filho (Interesse Comercial: NÃO)
  • Ana Amélia Abib Nogueira Costa (Interesse Comercial: NÃO)

Título

RELATO DE CASO: ESTRABISMO SECUNDARIO A EXERESE DE SCHWANNOMA ORBITARIO

Objetivo

Descrever o quadro clínico e oculomotor de paciente com estrabismo e diplopia secundários à exérese de schwannoma orbitário.

Relato do Caso

Paciente do sexo masculino de 31 anos de idade deu entrada no setor de Estrabismo do Hospital das Clínicas da USP – Ribeirão Preto, com queixa de diplopia binocular para longe e durante a leitura (“as letras pulavam para cima”), sobretudo ao olhar à direita. Relatava ainda piora da acuidade visual para perto com o olho esquerdo (OE). O quadro iniciou-se após cirurgia de exérese de schwannoma intraconal à esquerda, há seis meses. Apresentava acuidade visual em olho direito (OD) de 1,0 (+1,00 DE) e OE 1,0 (+1,50 DE -0,50 DC 70º), e atingia para perto com OD e OE, visão de 1,0 (0,37 M) e 0,5 (0,67 M) a 37 centímetros, respectivamente. A biomicroscopia e fundoscopia eram normais. A avaliação da motilidade ocular demonstrou limitação de OE à elevação em adução e hiperfunção do músculo oblíquo superior esquerdo. Em posição primária do olhar para perto, verificou-se exotropia de 7∆ e hipertropia de OD de 6∆, ao fixar com o OD ou com o OE. O desvio aumentava, em dextroversão, para exotropia de 4∆ e hipertropia de OD de 25∆ ao fixar com OD, e exotropia de 4∆ associada a hipertropia de OD de 18∆ ao fixar com OE, justificando as suas queixas. O quadro é compatível com lesão no ramo para o músculo oblíquo inferior, da divisão inferior do terceiro nervo craniano e do ramo parassimpático para o músculo ciliar. Testou-se óculos com 3∆ de base inferior no OD, e adição de +1,50 DE em OE, com melhora do conforto para longe e na leitura, com a qual viu 0,40 M com OE.

Conclusão

O estrabismo é descrito na literatura como complicação de cirurgias orbitárias, dentre elas a exérese de tumores, cirurgias reparadoras de fraturas e em descompressões orbitárias, com incidência variando de 9,0 a 17,6% dos casos. Em suma, a avaliação da motilidade ocular dos pacientes submetidos a cirurgias orbitárias é fundamental e permite a terapêutica clínico-cirúrgica de sintomas que reduzem a qualidade de vida dos pacientes.

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