Título

USO DA TECNICA P.E.R.F.E.C.T. EM PTERIGIO PRIMARIO INFANTIL UNILATERAL

Objetivo

Pterígio é um crescimento subepitelial fibrovascular do tecido degenerativo da conjuntiva bulbar sobre o limbo e córnea. O pterígio tem uma prevalência 10,2% na população geral , sendo incomum o achado em crianças. Este relato expõe o caso de um paciente de 11 anos de idade com pterígio grau III, sendo abordado de forma cirúrgica com a técnica P.E.R.F.E.C.T (Pterygium Extended Removal Followed by Extended Conjunctival Transplant).

Relato do Caso

A.M.P.M, masculino, 11 anos, queixa de ardência, hiperemia conjuntival, prurido e lacrimejamento em olho direito há 5 anos com piora progressiva, notando turvação visual em olho direito há alguns meses. Paciente não possui comorbidades. Nega procedimentos ou traumas oculares. Nega história familiar de pterígio ou doenças oculares. Ao exame oftalmológico apresentava acuidade visual, com a melhor correção, 20/20 em ambos olhos. Apresentava córnea clara, câmara anterior formada, cristalino sem alterações, com pterígio nasal grau III em olho direito. Exame de motilidade ocular sem alterações, reflexos pupilares normais e a pressão intraocular normotensa. Em exérese da lesão, inicialmente foi identificado e isolado o músculo reto medial, sendo então removido amplamente o tecido do pterígio sobre a córnea, removida a tenon e o corpo do pterígio. Realizou-se chuleio com vicryl 8-0 da conjuntiva e tenon nasais restantes. Confeccionou-se, um enxerto de conjuntiva temporal superior, amplo, que foi fixado a 1 mm do limbo utilizando cola de fibrina e 2 pontos de ancoragem com vicryl (para reduzir a chance de remoção pelo paciente). Técnica P.E.R.F.E.C.T. realizada sem intercorrências.

Conclusão

A cirurgia está indicada nos casos que há prejuízo da acuidade visual, restrição da motilidade ocular, inflamações crônicas ou alterações cosméticas. Dentre as técnicas cirúrgicas disponíveis para exérese de pterígio, optou-se por aplicar a técnica P.E.R.F.E.C.T. visando diminuição da taxa de recorrência (em geral maior em pacientes mais jovens)4 e melhora da sintomatologia, tendo em vista a idade do paciente.