Código
RC027
Área Técnica
Córnea
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: SEOPE
Autores
- ISABELA DO NASCIMENTO FONSECA (Interesse Comercial: NÃO)
- Maiara Camila Nascimento Oliveira (Interesse Comercial: NÃO)
- Igor Lindbergh de Amorim Araujo (Interesse Comercial: NÃO)
Título
RELATO DE CASO: RECORRENCIA DE CERATITE HERPETICA POR USO DE TRAVAPROSTA
Objetivo
Descrever caso de paciente glaucomatosa em uso de travaprosta apresentando quadro recorrente de ceratite herpética.
Relato do Caso
Paciente M.C.S, 72 anos, portadora glaucoma primário de ângulo aberto com escavação papilar subtotal em olho direito e 0,7 em olho esquerdo, em uso de travaprosta, timolol e brimonidina em ambos os olhos. Apresentou em fevereiro de 2015 quadro de ceratite herpética em ambos os olhos sendo tratada com aciclovir pomada e suspensão do análogo de prostaglandina, evoluindo com melhora clínica. Paciente apresentou picos pressóricos sem uso do travaprosta. Foi, então, feita a indicação da cirurgia de FACO-TREC, porém não foi aceita pela paciente, sendo assim, retomado o uso do análogo da prostaglandina. Houve recorrência do quadro de ceratite herpética em ambos os olhos em novembro de 2015, junho de 2016 e maio de 2017, sendo realizado tratamento com antiviral oral e suspensão temporária do travaprosta. Em junho de 2017 a paciente aceitou o tratamento cirúrgico e foi realizada cirurgia de FACO-TREC com implante de LIO em olho direito, sendo mantidos os hipotensores apenas em olho esquerdo e com controle pressórico do olho direito sem uso de colírios. Em outubro do mesmo ano e fevereiro de 2018 evoluiu com reativação herpética apenas em olho esquerdo. Dessa maneira, foi feita a associação das reativações dos quadros de ceratite herpética com uso do análogo de prostaglandina. Em abril de 2018 realizou FACO-SIGS em olho esquerdo, sendo então retirados os colírios hipotensores sem novas intercorrências.
Conclusão
O vírus do herpes simples tem a capacidade de permanecer latente no sistema nervoso, podendo levar ao quadro de ceratite por herpética ao ser reativado em ramo oftálmico do nervo trigêmeo. A reativação do vírus pode ser desencadeada por diversas causas, entre eles o trauma, luz solar, estresse emocional, assim como efeito colateral do uso de drogas, entre elas o análogo prostaglandina. Casos similares ao da paciente são descritos na literatura, evidenciando relação da droga com a reativação da ceratite herpética.
ANVISA: 25352012367201880