Sessão de Relato de Caso


Código

RC129

Área Técnica

Oculoplástica

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Ação Visual Oftalmologia LTDA
  • Secundaria: Centro especializado em Oftalmologia de Rondônia-CEOF

Autores

  • MARCELA ALVES MORAIS VANAZZI (Interesse Comercial: NÃO)
  • VALDEMAR KATAYAMA KJAER (Interesse Comercial: NÃO)
  • MARIA EDUARDA LEVATTI GEDRO (Interesse Comercial: NÃO)

Título

ENTROPIO CONGENITO DE PALPEBRA INFERIOR: RELATO DE CASO

Objetivo

Descrever o caso de uma paciente com Entrópio congênito primário de pálpebra inferior bilateral.

Relato do Caso

A.B.F.C, sexo feminino, 6 meses, natural e procedente de Porto Velho-RO, procurou atendimento com queixa de “pálpebras viradas para dentro”. Apresentava história pregressa de cardiopatia e bronquite com desenvolvimento neuropsicomotor inadequado. Ao exame fixa e acompanha objetos AO; Biomicroscopia: inversão total da borda palpebral inferior (PI) levando os cílios a tocarem a superfície ocular em AO. Foi indicada a primeira cirurgia de transposição do músculo orbicular pré-tarsal para área pré-septal, abaixo da margem caudal do tarso inferior em AO. Após 6 meses, houve recidiva do entrópio na PI direita. Optou-se por remover 1,2 mm de pele e faixa de músculo orbicular pré-tarsal. Após 1 mês PO, constatou-se cílios ainda tocando a superfície medial do OD. Decidiu-se por terceira abordagem, com a técnica de Wies, acrescida de mais uma remoção de fita miocutânea de 2 mm de largura e 25 mm de comprimento, mais um ponto em “U” com fio de seda 6-0 entre o retrator da PID e a borda tarsal inferior central. Após 2 meses PO, houve uma nova recidiva e optou-se pela técnica de Van Milligen. Após 1 ano e 6 meses de PO houve recidiva do entrópio na PID e indicada a quinta cirurgia com a técnica de Hotz. Retorna após 1 ano PO com melhora do quadro, mas com lacrimejamento OD, agora com suspeita de obstrução congênita de via lacrimal à direita.

Conclusão

O entrópio congênito é uma condição rara e faz diagnóstico diferencial com epibléfaro. Pode ser uni ou bilateral e cursar com úlcera corneana, necessitando de correção cirúrgica. É decorrente da hipertrofia do orbicular pré-tarsal, mas outras anomalias podem estar associadas – neste caso, constatou-se hipoplasia de terço médio da face que também alterava o perfil anatômico da pálpebra inferior. Na experiência do cirurgião que conduziu o caso, a transposição do orbicular geralmente é eficiente, sendo este caso uma rara exceção na qual diversas técnicas foram tentadas para se alcançar o sucesso terapêutico.

Promotor

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