Código
RC233
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Instituto Benjamin Constant
Autores
- ADRIANA NEVES LADEIRA DA SILVA (Interesse Comercial: NÃO)
- ANA PAULA TEIXEIRA DE ABREU (Interesse Comercial: NÃO)
- TATIANY RIBEIRO AQUINO (Interesse Comercial: NÃO)
Título
RETINOSE PIGMENTAR ASSOCIADA A INTOXICAÇAO RETINIANA POR FENOTIAZIDAS: RELATO DE CASO
Objetivo
Apresentar caso de paciente atendido em nosso serviço com diagnóstico de retinose pigmentar medicamentosa, uma entidade rara quando associada ao uso de drogas como clorpromazina e tioridazina.
Relato do Caso
Paciente feminino, 38 anos, com quadro de esquizofrenia em uso de cloridrato de tioridazina apresentou-se em nosso serviço com queixa de baixa acuidade visual associada à redução da visão de contraste e nictalopia. Ao exame apresentava acuidade visual de 20/80 em ambos os olhos (AO). Motilidade extrínseca e reflexos preservados. Biomicroscopia sem anormalidades. À fundoscopia foi possível observar migração de EPR, espículas ósseas e atrofia macular bilateral em AO. À campimetria manual observou-se contração e depressão das isópteras além de escotoma absoluto em AO. O teste de cores por sua vez demonstrou discromatopsia no eixo verde-vermelho e o Eletrorretinograma (ERG) evidenciou fase fotópica e escotópica com diminuição das ondas em amplitude e latência. A angiografia apresentou defeito em janela granulada, com presença de flecks difusos e atrofia macular, sendo o acometimento macular distinto entre os dois olhos. Diante do exposto firmou-se o diagnóstico de Retinose pigmentar associada ao uso de tioridazina.
Conclusão
A Retinose Pigmentar abrange um conjunto de doenças genéticas que levam à degeneração progressiva dos fotorreceptores, principalmente bastonetes. A evolução típica está associada a nictalopia e perda de campo visual lateral. O ERG evidencia diminuição progressiva da função celular, e o campo visual pode revelar escotomas, com possível evolução para campo visual tubular. As fenotiazidas, incluindo a tioridazina podem causar severa retinopatia em curto período em altas doses. Inicialmente os pacientes apresentam borramento visual e pigmentação retiniana grosseira localizada no pólo posterior. Rapidamente a retinopatia pode evoluir para toda a extensão do fundo de olho. A função visual pode melhorar após interrupção da droga, mas pode haver recrudescência anos mais tarde, o que torna necessária a avaliação completa e acompanhamento.
ANVISA: 25352012367201880