Código
RC248
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital São Geraldo
Autores
- FELLYPE BORGES DE OLIVEIRA (Interesse Comercial: NÃO)
- Grazielle Fialho de Souza (Interesse Comercial: NÃO)
- Dorothy Graça Ramos Dantes dos Reis (Interesse Comercial: NÃO)
Título
VASCULOPATIA POLIPOIDAL DA COROIDE DE APRESENTAÇAO ATIPICA
Objetivo
Relatar o caso de um paciente com vasculopatia polipoidal da coróide (VPC) de acometimento periférico.
Relato do Caso
Trata-se de paciente masculino, branco, 59 anos, avaliado no setor de urgência do Hospital São Geraldo, com suspeita de descolamento de retina (DR) em olho direito (OD). Na história pregressa, relatava que havia sido submetido recentemente a laserterapia em OD devido a retinosquise. Além disso, referia evisceração à esquerda devido a trauma ocular na infância. Ao exame oftalmológico de OD, apresentava AV 20/20 com correção. À biomicroscopia anterior observou-se apenas catarata incipiente. À tonometria mediu-se 12 mmhg. Ao mapeamento de retina apresentou grande bolsão temporal inferior periférico, delimitado por marcas de laser. No entanto, o aspecto era pouco sugestivo de retinosquise, apresentando hemorragia pré e subretiniana além de descolamento seroso às margens da lesão. O disco óptico e a mácula não apresentaram anormalidades. Aventou-se a hipótese de lesão tumoral, porém foi descartada pela ecografia em modo B, que não sugeriu causa neoplásica, mas provável retinosquise com cerca de 7,5 mm de diâmetro. Com a teoria de uma coriorretinopatia hemorrágica exsudativa periférica (CHEP), estendeu-se a propedêutica com tomografia de coerência óptica, que mostrou um extenso descolamento do epitélio pigmentar (DEP) hemorrágico da retina associado a presença de líquido subretiniano em suas margens. A angiografia com indocianina verde revelou a presença de lesões polipoidais nos vasos da coróide correspondentes à localização do DEP. A conduta foi expectante.
Conclusão
Embora o acometimento macular na VPC seja bem conhecido, sua apresentação periférica é incomum e pode representar um desafio diagnóstico mesmo entre retinólogos experientes. Alguns olhos podem apresentar hemorragia que ameaça a mácula, necessitando de tratamento específico. Portanto, é importante saber reconhecer a forma periférica da PVC de modo que, diante de um quadro de CHEP, se possa conduzir adequadamente a propedêutica para o diagnóstico e tratamento adequado.
ANVISA: 25352012367201880