Código
RC069
Área Técnica
Geral
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Santa Casa de Misericórdia de Santos
Autores
- MARIA CAROLINA ZANATA (Interesse Comercial: NÃO)
- DAVID GALDINO NETTO (Interesse Comercial: NÃO)
- JEANNE DAYSE DE MEDEIROS MATIAS (Interesse Comercial: NÃO)
Título
ENDOFTALMITE ENDOGENA BILATERAL POR CANDIDA SP.
Objetivo
Apresentar o quadro clínico, tratamento e os fatores de risco envolvidos no desenvolvimento de Endoftalmite Endógena Fúngica, a fim de solidificar o conhecimento sobre essa doença.
Relato do Caso
Paciente G.J.O., feminina, 44 anos, histórico de turvação visual progressiva bilateral há 4 semanas. Internada devido a quadro de Pneumonia Bacteriana aos cuidados da Clínica Médica. História pregressa de cirurgia para Hérnia Diafragmática e quatro reabordagens devido a Bridas intestinais, com enterectomia extensa. Ao exame, Acuidade Visual (AV) de MM em Olho Direito (OD) e CD 70 cm em Olho Esquerdo (OE) . Motricidade ocular extrínseca e reflexos pupilares preservados. Biomicroscopia anterior bilateral sem alterações. À fundoscopia bilateral, foco exsudativo de coriorretinite com ruptura para vítreo de flocos brancos em região macular bilateral de forma assimétrica com lesão satélite temporal adjacente, retina aplicada, vítreo claro, sem demais alterações. Realizada revisão laboratorial, hemocultura, antibiograma, interconsulta com infectologia. Orientado uso de Anfotericina B Lipossomal parenteral. Melhora progressiva após o quarto dia de tratamento. Hemocultura positiva para Candida albicans. Manutenção antifúngica endovenosa por 4 semanas. Alta hospitalar e acompanhamento ambulatorial, apresentando AV CD 1M OD e 0.3 OE, com cicatriz macular residual.
Conclusão
Conhecer os fatores de risco para Endoftalmite Endógena por Candida e a história natural da doença facilitam seu diagnóstico. Os pacientes em cuidados de Terapia Intensiva se expõem a diversos dispositivos que podem contribuir para o seu desenvolvimento, como acesso venoso central. Não obstante, seus benefícios transpõem os riscos, justificando o seu uso. Observamos que o acesso venoso central, tanto para a infusão de medicamentos, quanto para dieta parenteral se mostra como importante fômite para essa doença. Devemos sempre suspeitar da etiologia Fúngica nesses pacientes, com risco adicional para aqueles submetidos a cirurgias gastrointestinais, como da paciente relatada.
ANVISA: 25352012367201880