Título

MACULOPATIA TRAUMATICA: ALTERAÇOES EM TOMOGRAFIA DE COERENCIA OPTICA DE ALTA RESOLUÇAO

Objetivo

Apresentar imagens e descrever as alterações na Tomografia de Coerência Óptica de alta resolução em paciente com alterações maculares após trauma contuso.

Relato do Caso

Homem, 31 anos, queixa baixa acuidade visual(BAV) em olho esquerdo(OE) após trauma contuso por acidente com “rolha de espumante” há 2 dias. Refere também dor ocular e escotoma relativo central associados. AV corrigida de 20/20 em olho direito(OD) e 20/80parcial em OE. PIO 12mmHg em OD e 06mmHg em OE. OD sem alterações e OE com hemorragia subconjuntival nasal inferior, hiperemia difusa, córnea transparente, CA formada, Flare 1+/4+, células inflamatórias 2+/4+, sem hifema, cristalino transparente. À Fundoscopia, OD sem alterações e OE com vítreo limpo, DO e vasos sem alterações, mácula apresentava região foveal de aspecto amarelado (Edema de Berlin?), sem hemorragias evidenciadas ou roturas, presença de Commotio Retinae em periferia nasal Inferior. À OCT, evidenciou-se em OE imagem de refletividade aumentada subfoveolar acometendo toda retina interna e Membrana Limitante Externa, associada a desorganização das camadas externas da retina, com perda da refletividade habitual da Junção e dos Segmentos Internos e Externos dos fotorreceptores. Também apresentava refletividade levemente aumentada na Camada Nuclear Externa adjacente. Foi tratada a iridociclite traumática do paciente que mantém em acompanhamento nesse serviço.

Conclusão

Trauma ocular é uma importante causa de baixa visual em adultos jovens, principalmente no sexo masculino, podendo ser transitória ou definitiva, que em sua maioria seriam evitáveis. Vítimas de trauma contuso com frequência tem alterações em segmento posterior por lesão direta ou indireta. No caso da Maculopatia Traumática a lesão é por contragolpe ocasionado pelas ondas mecânicas geradas pela contusão, levando desde Edema de Berlin, de bom prognóstico, até Atrofias de EPR, Buraco Macular ou Ruputura de Coroide. O caso apresenta uma BAV com alteração caprichosa subfoveolar que com auxílio da OCT foi possível entender a fisiopatologia do quadro.