Título

RETINOPATIA POR RITONAVIR: RELATO DE CASO

Objetivo

O objetivo deste trabalho é relatar o caso de uma paciente com sorologia positiva para HIV que apresenta baixa visual progressiva e lesões retinianas presumidas por uso de Ritonavir por mais de dez anos. Discutir o diagnóstico e a toxicidade ocular da droga.

Relato do Caso

TCS, feminina, 57 anos, HIV positiva há mais de 10 anos, fazendo uso regular dos antirretrovirais abacavir, lamivudina, darunavir e ritonavir, comparece a consulta oftalmológica no Instituto Benjamin Constant com queixa de baixa visual progressiva e insidiosa em ambos os olhos há aproximadamente 6 anos. Ao exame oftalmológico a melhor acuidade visual era de PL em olho direito e 20/80 em olho esquerdo e biomicroscopia com catarata nuclear 1+/4+ em AO, sem outras alterações. A fundoscopia apresentou atrofia difusa do EPR, mobilização de pigmentos e alteração do brilho foveal de ambos os olhos. Foi então realizado OCT de máculas que demostrou apagamento das camadas externas, afinamento de EPR, nuclear interna e coroide, tubulações e desorganização das camadas na região macular. A autofluorescência apresentou áreas difusas de hiperautofluorescência em AO. Foi solicitado ao infectologista a avaliação da troca do medicamento Ritonavir como conduta.

Conclusão

O caso apresentado ainda é pouco frequente na literatura e demonstra a importância da avaliação oftalmológica de pacientes que fazem uso de ritonavir, droga que apesar de amplamente usada como parte da terapia antirretroviral pode causar toxicidade ocular. Queixas como diminuição da acuidade visual com alterações retinianas em pacientes com HIV controlados, podem aventar a possibilidade de troca da medicação e evitar assim, perda irreversível da visão.